terça-feira, setembro 24

135|1975

Os Dias Ricos


É bom ter um dia complicado se formos nós a complicá-lo, à medida que vamos andando. São os dias ricos. Nunca sabemos o que vamos fazer a seguir mas fazemos sempre qualquer coisa a seguir, para não interromper a cadeia. 

Em vez de jantarmos em casa ou jantarmos fora, entramos num restaurante onde costumamos jantar e comemos apenas um petisco, um aperitivo. Os anfitriões também apreciam a mudança. É como ir cumprimentá-los. 

Metemos conversa com um casal que só nos parece japonês porque queremos que seja, para lhes perguntar como preparam a massa Shirataki, que tem zero calorias. Perguntamos de onde são? Da Holanda, respondem. Os preconceitos, no sentido de pré-juízos ou pensamentos já feitos (na verdade, substitutos e obstáculos do conhecimento), são cada vez mais inúteis. 

Os hábitos são diferentes. Para celebrá-los, nem é preciso esquecê-los ou trocá-los por alternativas, felizes ou desagradáveis. O melhor é interrompê-los e acrescentar-lhes desvios espontaneamente decididos que enaltecem, através da diversão, a felicidade subjacente. 

Os dias ricos levam outro dia inteiro a contar. Só fazer a lista do que se fez cansa tão bem como nadar um quilómetro, devagarinho, num oceano vivo que nos consente. Dá gosto recontar, mesmo quando o dia foi ontem; mesmo quando o dia é hoje. 

Complicar um dia não é desregrá-lo: é inventar novas regras para aplicar. O prazer é uma coisa só mas tem muitos caminhos. Experimentá-los é tão bom como descobri-los. 

Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Público'

quarta-feira, setembro 18

segunda-feira, setembro 9

130|1975


SCP + alheira, Rosh Hashaná, correr, trabalhar, correr mais com o sol nascente, trabalhar, jantar+(es), dormir, PT em quadrupla alegria, acordar cedo sem preguiça, revisões, terraço, descubra as diferenças, o livro desassossegado de Pessoa, trabalho, México e Cuca, explanar durante o pequeno almoço, Marginal e o concerto da Nneka, mousse de maracujá + café, Salsa e também vontade de quizomba, semanas lentas que escorregam rapidamente entre as horas.

(setembro, e as memorias descronólogicas)